quarta-feira, 16 de março de 2011

HOMENS FAZEM SEXO E MULHERES FAZEM AMOR



O ser humano não tem vocação para o sofrimento. Ou não deveria ter, já que Deus colocou Adão e Eva no paraíso para curtirem a vida. E eles aproveitaram bastante até que a serpente provocou a ira dos céus. Infelizmente, até hoje temos este pacto selado com o mal. Preferimos criar monstros em detrimento de resolvermos os dilemas com mais tranqüilidade, tolerância, respeito.

Este texto é para falar de amor. Os outros sofrimentos eu deixo para Freud explicar. A conversa do almoço começou assim: - você é bonito, gente boa, inteligente. É isso que as pessoas querem quando buscam um relacionamento. A resposta foi direta: - não é este o desejo das pessoas que aparecem na minha vida. Com a vulgaridade, o que elas querem é somente uma noite de sexo para amenizar suas carências. Minha amiga não concordou, dizendo que ela anseia por um homem inteligente. E que isso basta. Terminamos o papo concordando: nós queremos pessoas interessantes e inteligentes para conversar depois do sexo. Este momento sim é importante para definirmos quem vai voltar a dormir na nossa cama.

Lembro de um trecho de música cantada pela Preta Gil: “eu ponho quem eu quero aqui no meu colchão. E se não me agradou eu trato de esquecer”. Ou seja, é preciso experimentar e testar para se conseguir o parceiro ideal. A cama define, mas relacionamento é mais do que isso. Afinal, máquinas de sexo existem nas prateleiras escondidas da locadora.

Uma amiga relatou em outro momento que ela fez um pacto com o sofrimento. Disse que gosta de sofrer pela perda de um amor, para que a dor passe. Que vive um luto breve e intenso para enterrar a tragédia de um término. Pra mim, um drama barroco típico do DNA do brasileiro. Carregamos na genética o que Aleijadinho esculpia.

Recentemente, e em todos os dias, um amigo publica mensagens no Facebook com trechos de músicas. Estrofes que falam de perdas, momentos de solidão, saudades adormecidas, medos. Sinto que ele está vivendo uma longa fase: “eu quero ser infeliz”. Digo isso porque eu não o vejo fazer nada para mudar a situação. Quer ficar neste lenga-lenga até o momento ideal para se abrir ao mundo, às experiências novas, ao romance sem perfis pré-definidos.

Observo que as mulheres querem é dinheiro, mesmo ansiando por alguém, que seja “bonito, de caráter, carinhoso”, do lado. Vivem enrustidas em seus tabus sociais. Não transam no primeiro encontro, em nome da valorização da mulher brasileira. Tamanha bobagem. Os gays querem machos para suprir seus vazios amorosos, suas necessidades da falta de sentimentos e de valores morais. Gozar muito é mais fácil do que enfrentar as intempéries do relacionamento de respeito ao outro. E os homens? Fácil. Eles querem sempre mais. Se tiver de perna aberta melhor ainda. Homem que é homem gosta é de vagina. O resto não importa. Sei que esta análise é extremamente preconceituosa ou generalista demais. Mas nos almoços e jantares que tenho, o gesto dos sexos transmite esta informação.

Inteligência é um afrodisíaco. Isso sim dá tesão. Vamos vivendo a velocidade do cotidiano e atropelando sentimentos, valores, desejos. Sabe o que está faltando aos seres humanos? O desejo pela alma. Estamos querendo corpos, e nos esquecendo do que o outro traz por meio do coração. Teremos várias almas gêmeas, pessoas que nos preenchem, nos completam, quando nos abrirmos ao lado feliz da vida. Quando deixarmos de lado nossos contratos com o sofrimento. Sentimento que só nos mostra o caminho que não devemos seguir. Aprendemos com os erros, é fato. Só que isto já está clichê demais. Está na hora de aprender a nos amar. Com qualidades e defeitos e fazer disso nossos diferenciais. E eu me incluo nesta mudança. Que ela seja benéfica para você assim como este papo superficial.

Prólogo: eu também já sofri por amor. Eu sofro por paixões de uma noite só. Durmo com sensação de vazio. Gozo sem orgasmo. Sou humano, mas neste momento estou terminando meus pactos com o sofrimento. 

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